Você sabia que a compaixão e a gentileza têm efeitos cerebrais benéficos para os seres humanos? Um estudo de Harvard rastreou os níveis de serotonina (o químico encontrado no Prozac e outros antidepressivos) de estudantes assistindo a um vídeo de Madre Teresa cuidando de pessoas pobres em Calcutá e encontrou níveis aumentados de serotonina em sua saliva. Então, o que aprendemos com este estudo? O que você vê importa. Em resumo, a bondade é boa para sua saúde e para a saúde de seus filhos. Além de aumentar a serotonina, também aumenta a oxitocina - um hormônio que promove a ligação e conexão, e diminui a pressão arterial. A bondade nos banha na dopamina, o que melhora o humor e a motivação. E como a gentileza é uma aprendizagem cotidiana, nada melhor do que estar atento para transmitir esses valores para os pequenos, não é? Por isso eu amei as recomendações da psiquiatra e especialista em maternidade Robin Berman, que reuniu em livro as principais dicas para criar um filho gentil. Vem ver!

1) Respire (não pire): antes de corrigirmos nossos filhos, no calor da hora e das emoções, é interessante nos colocarmos no lugar de nossos filhos, criando empatia com a situação de conflito. Conecte-se antes de corrigir. A raiva e o castigo podem controlar o comportamento no curto prazo, e as crianças com medo de seus pais são muitas vezes bem comportadas. Mas a intimidação como meio de controle, no entanto, interfere na autoestima das crianças, reduzindo o potencial da personalidade dos pequenos.  

2) Assuma seus erros: reflita comigo. Não é muito bacana quando temos amigos, colegas e familiares que conseguem admitir quando erram e pedir desculpas? Por que então seria diferente na relação que temos com os nossos filhos? Em vez de ficar na defensiva, assuma que você errou e verbalize o que faria diferente se pudesse voltar no tempo. Isso estimula nos pequenos o sentimento de empatia, confiança, respeito e admiração. Quem assume os erros, inspira segurança. 

3) Mude o foco das crítica: quando você estiver diante da avaliação escolar do seu filho, por exemplo, antes de observar a performance em matemática, geografia ou ciências, que tal olhar com cuidado e atenção as áreas que versam sobre caráter e cooperação? Aproveite essa oportunidade para reforçar a mensagem de que as atitudes contam muito mais do que uma nota boa. Assim, você constrói a gentileza do olhar, expressando gratidão aos esforços dos pequenos de agir de maneira empática. Agradeça pelos seus feitos e lembre-os sempre de se preocupar com o coletivo.

4) Abasteça-os de esperança: difícil nesses tempos digitais de preservar nossos filhos das notícias tristes que aparecem em redes sociais e portais. Mais difícil ainda conseguir criar filhos mais compassivos e esperançosos com essa enxurrada de informação negativa, não é? Então a proposta é nos esforçarmos ao máximo para abastecermos as crianças de boas notícias também. A ideia da psiquiatra é sermos curadores de um conteúdo moral positivo, para levar até os pequenos experiências reais que dão certo. Vamos ficar de olho?

5) Estimule a compaixão: na era do selfie, parece ainda mais complicado estimular as crianças a olharem para fora em vez de centrarem suas atenções apenas para si mesmos, não é? Estudos mostram, porém, que, quanto mais nos conectarmos aos outros, mais felizes seremos. Pequenas atitudes como ceder um assento no metrô a um idoso ou idosa ou a alguém que tenha alguma necessidade maior que nossa é um dos muitos exemplos que podemos dar diariamente às crianças. O jeito que tratamos o garçom, o motorista... Todas as gentilezas que espalharmos tocam mais os nossos filhos do que mil palavras.

Lindo e profundo, não é?