Uma companhia de telecomunicações da Nova Zelândia lançou um comercial pra lá de divertido sobre como a tecnologia está ajudando as crianças a descobrirem as mentirinhas que seus pais contam. Ferramentas de pesquisa por voz facilitam muito a checagem dos fatos na internet. 

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É só apertar um botão e perguntar: o Papai Noel existe? A internet desliga sozinha depois das 19h? Se você faz xixi na piscina, a água muda de cor? O filme de um minuto mostra diversas crianças pegando os pais no pulo e confrontando-os com as verdades recém descobertas nas redes. No fim, uma previsão: a geração voz chegou. Veja.

Mas a tecnologia não faz só com que as crianças troquem os livros pela Siri ou pela Alexia. Segundo este artigo publicado recentemente pelo Fórum Econômico Mundial, a conexão constante e desde muito cedo à toda a parafernalha ultramoderna tem, pelo menos, cinco grandes influências na infância.

Mudanças físicas: Obesidade, problemas de visão e de coluna estão cada vez mais comuns entre crianças. Estudos apontam que a incidência de miopia dobrou desde 1960, que apenas metade das crianças do Reino Unido exercitam-se o suficiente e, ainda, especialistas como os autores desta pesquisa se perguntam: uma criança de oito anos que usa smartphone o tempo todo precisará de cirurgia na coluna tão cedo quanto aos 28?

Noção de espaço: Os jogos podem estar facilitando o processo de reconhecimento de imagens e ajudando as crianças a desenvolver melhores noções espaciais. Por outro lado, habilidades como argumentação, desenvolvimento da linguagem e foco precisam cada vez mais de estímulos offline para deslanchar.

Reorganização do cérebro: Os jogos, as redes sociais, os sites de streaming de vídeos. Todos funcionam na base da recompensa e dos ciclos. Ao passar de fase você é recompensado publicamente dentro dos jogos online, ao postar uma foto você recebe likes, ao terminar um vídeo o autoplay já enfileira outro conteúdo para ser assistido. Estudos apontam que esse tipo de dinâmica de participação sem fim pode estar alterando a maneira como o cérebro das crianças funciona.

Redefinição do conceito de infância: Aqui os maiores vilões são as redes sociais. A participação desde muito cedo coloca crianças ainda muito imaturas frente a situações com as quais ainda não têm ferramentas para lidar e, ainda, expõe os pequenos a um ambiente aparentemente livre do monitoramento dos responsáveis, o que pode estimular testes de limites e comportamentos arriscados.

Saúde mental nas redes: É verdade que vários estudos linkam índices de depressão e risco de suicídio de jovens e crianças aos sentimentos de ansiedade e inadequação causados pelas redes sociais. Mas, por outro lado, estudiosos apontam que há uma tendência de aumento do diálogo sobre problemas como a depressão em ambientes online. As crianças encontram pares com quem conversar e dividir seus problemas, o que pode ter efeitos terapêuticos positivos. Não há consenso sobre o quão prejudicial ou benéfica pode ser esta interação das doenças psíquicas com a internet. O que todo mundo concorda é que ela ainda precisa ser acompanhar muito de perto.