O sonho de qualquer mãe (e com certeza de todos os bebês) é um calçado que permita liberdade total e conforto extremo para seu filho. Aliás, esse é um dos itens mais importantes do guarda-roupa quando as crianças estão em idade de desenvolvimento - o tênis ou a sapatilha errada pode trazer problemas para os pezinhos dos pequenos. 

Foi pensando nessas premissas que a designer Ana Paula Lage criou o Noeh, sapato para crianças de seis a 30 meses de idade aprovado por especialistas na área da saúde por não alterar a marcha do bebê. Ele faz mais do que isso: simula o andar descalço. 

O produto inovador foi desenvolvido pelo Anamê, instituto de design coordenado pela própria designer e focado nos primeiros mil dias da criança, com o objetivo de desenvolver produtos sempre com bases científicas.

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Ana Paula fez mestrado em design de calçados e trabalhou na área de moda calçadista. Depois, decidiu que sua preferência era atuar com pesquisas, e não tendências. A inspiração para desenvolver o sapato ideal veio quando Ana Paula descobriu que se tornaria tia.

No processo de criação, foi difícil encontrar referências de tamanho para o que queria criar. Então, a primeira atitude de Ana Paula foi fazer um estudo antropométrico, no qual mediu os pés de 24 crianças de 0 a 24 meses. “Com esse padrão, criei o desenho e mandei fazer as formas”, contou ela ao site Projeto Draft


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Fisioterapeutas e ortopedistas auxiliaram no entendimento do que um sapatinho precisaria ter: proteger os dedos e o calcanhar, ter a ponta um pouco mais levantada e o solado em formato de barquinha para facilitar a rolagem padrão (do calcanhar à ponta do pé), além de espaço para a criança levantar e abrir os dedos.

A proporção entre as partes do calçado é importante para o Noeh, pois, de acordo com a empreendedora, os modelos infantis disponíveis no mercado são apenas uma versão de um sapato de adulto. Mas o diferencial do produto é, de fato, a palmilha, que é feita de micropartículas soltas e injetada no calçado apenas quando a estrutura toda já está pronta. 

“A palmilha simula o comportamento de um material natural e, quando a criança pisa, se molda aos seus pés, proporcionando um efeito dinâmico e irregular a cada pisada”, explica.

 

As pesquisas realizadas pela designer tinham como foco a evolução do caminhar, que se dá idealmente a partir do contato com terrenos irregulares e dinâmico, como grama, areia e terra. A criança precisa desse tipo de piso para ativar a musculatura, trabalhando o sistema musculoesquelético. A conclusão se deu após pesquisas de fatores que podem alterar a saúde dos pezinhos em desenvolvimento, feitas no Laboratório de Polímeros e Compósitos da UFMG e na Escola de Design da UEMG, em Minas Gerais.

Hoje, a marca tem quatro modelos e seis estampas. E Ana faz questão de ressaltar: o objetivo é a tecnologia por trás do Noeh e como ele trabalha, não apenas a estética.