Você já parou para pensar que, hoje, as crianças ajudam menos em casa?

Quem aí se lembra de quando a mãe pedia que arrumasse a cama ou guardasse os brinquedos - e se deu conta de que seus próprios filhos não fazem isso?

Essa sensação é fato.

Pesquisas recentes no Reino Unido e nos Estados Unidos indicam que as crianças estão tão sobrecarregadas comatividades extracurriculares, que têm recebido passe livre das tarefas domésticas. E se engana quem pensa que essa é a exceção à regra: estudos afirmam que, atualmente, 3 em cada 4 crianças não têm qualquer responsabilidade em casa.

 

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No Reino Unido, a Mintel, agência de pesquisa de mercado, conversou com 2 mil pais.

O que eles descobriram?

Que 76% das crianças e dos adolescentes britânicos, entre 6 e 17 anos, não ajudavam nas tarefas domésticas. Nos Estados Unidos, a porcentagem calculada pela empresa Whirpool, através de uma amostra de 1 mil pais, foi similar: 72%.


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Claro que a falta de participação nas tarefas de casa não é culpa das crianças. As pesquisas mostram que os pais valorizam mais as realizações dos filhos do que a formação de caráter. Logo, deixam que os pequenos e jovens se dediquem apenas (e muitas vezes de forma exaustiva!) a atividades extracurriculares. 

Só que especialistas destacam que essas responsabilidades com a família auxiliam na formação do caráter e de valores como empatia e cooperação.

O que acontece é que os pais tendem a ter uma visão distorcia do trabalho - como se essas tarefas tivessem uma importância menor. Especialmente na classe média brasileira, existe a crença de que se a criança está fazendo uma tarefa em casa, ela perde tempo e oportunidade de aprender algo na rua - que seria mais importante.

No entanto, ajudar em casa estimula a autoestima, a independência e a formação de um cidadão capaz de se situar em uma rede onde as pessoas fazem coisas umas pelas outras. 

Além disso, cria identificação com os pais, conforme os filhos aprendem com eles.