Padrinhos e madrinhas muitas vezes são considerados segundos pais e mães de uma criança. Na ausência dos pais, eles se tornam responsáveis pela orientação, criação e pelos cuidados desde a infância até a vida adulta. Apesar de a oficialização ser feita na igreja, durante o batizado, o apadrinhamento pode ir muito além de questões religiosas. Para mim, que acabei não escolhendo um familiar, pesou muito a forma que esse casal de amigos cria os próprios filhos.
Rafa e Giuliano batizaram a Donatella numa capela em Trancosa (BA)
É uma decisão bem difícil. Giuliano, meu marido, e eu ponderamos muito. Escolhemos um casal muito amigo pois eles são, para nós, um modelo de educação dos dois filhos - que hoje já são grandes. Eles viajavam juntos, participaram constantemente da vida das crianças, sempre dialogando. E essa relação com os filhos perdura até hoje, mesmo eles sendo adultos. Levamos muito em consideração esse aspecto da paternidade deles, pensando na educação da Donatella e na forma que nós mesmos a criamos.
A escolha tem a ver muito com o vínculo dos pais com aqueles que serão os padrinhos. Por isso, os critérios da escolha são relacionados com os valores e as crenças de cada um. É importante lembrar que essa pessoa será o modelo ou a inspiração da criança, daí a indicação de que seja alguém mais maduro, o que acabamos seguindo. Os padrinhos devem ser alguém em quem confiamos e que gostaríamos que fizesse parte da vida dos nossos filhos.
Ser ou não da família não é determinante do vínculo afetivo que temos uns com os outros. Isso quer dizer que mesmo que seja tradicional que a função seja de um familiar, somos livres para escolher - como foi o nosso caso. O importante é fazer com que o vínculo entre padrinhos e afilhado seja estabelecido com uma pessoa querida e presente, pessoas que merecem nossa total confiança e em quem podemos confiar nossos filhos.