O título desse texto pode parecer um pesadelo a muitos homens, que foram ensinados desde sempre que a testosterona é o hormônio que faz deles quem são: os machos da espécie humana. E muito embora isso seja verdade, altos níveis de testosterona não significam uma qualidade melhor de homem.

Significam, apenas, que algumas características, como a força e a agressividade, podem estar mais presentes em um indivíduo. Agora, que lógica evolutiva existe na ideia de turbinar a agressividade para cuidar de um pacotinho indefeso e fofo como um bebê? Pois é, nenhuma - e a natureza é sábia.

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É por isso que o que se observa quimicamente no corpo dos homens que estão prestes a ser pais é uma queda nos níveis de testosterona e um aumento nos níveis de prolactina. A mudança mais radical no equilíbrio dos hormônios geralmente acontece no último mês de gestação da companheira.

A testosterona, responsável pela agressividade e pela libido, dá um espacinho para a prolactina, que diminui o desejo sexual e o número de espermatozóides. O corpo entende que não é hora de procriar, e sim de cuidar da prole, e se prepara para isso. A prolactina também aguça, por exemplo, a audição do homem, que fica mais apto a ouvir o choro e os passos do novo serzinho.

Conforme o bebê vai crescendo, a configuração volta ao normal. Em geral, enquanto o filhote ensaia os primeiros passos, os hormônios do papai já estão de volta. Mas nem sempre.

Um estudo conduzido pela Emory University de Atlanta encontrou pistas de que os pais que se envolvem mais com os seus filhos têm menores níveis de testosterona mesmo depois dessa primeira fase paternal.

Quando se sabe que níveis elevados de testosterona estão ligados a problemas como câncer de próstata e colesterol alto, a paternidade positiva e o envolvimento emocional com os filhos pode fazer bem para a saúde física do pai. Ou seja: além de criar laços profundos com os seus filhos, trocar a agressividade pelo carinho, pelo cuidado e pela atenção pode fazer você até viver mais!