Impressionante como, quando o assunto é maternidade, palpites sobre o jeito que agimos com nossos filhos não param. São tantos conselhos, tantas opiniões, que, se não seguirmos nossa própria intuição, corremos o risco de ficarmos ainda mais inseguras. Mas o que me choca mesmo não são apenas esses palpites, que acabamos tirando de letra com o tempo. O que me magoa é ver como as mulheres podem cobrar tanto umas das outras, deixando de ter empatia nesse momento nem sempre muito fácil da vida. 

Um exemplo: o que aconteceu com a ex-BBB Aline Gotschalg em junho passado. Tudo porque a mãe do pequeno Lucca postou nas redes sociais uma foto na praia com o filho e o marido Fernando e as unhas com o esmalte descascado. A foto linda, a família alegre curtindo o sol... e o que as seguidoras observaram? As unhas por fazer. O mais legal foi a resposta de Aline, que salientou que, naquela ocasião, preferiu muito mais se divertir com o filho do que ir à manicure.

Sabe o que esse episódio deixa de lição, pelo menos para mim? Que a maternidade inaugura na gente uma fase difícil: inseguranças, medos, impulsos, intuições. Mergulhamos em um universo totalmente novo, os cuidados com um serzinho tão pequeno que depende de nós, tentamos encontrar nosso caminho nessa estrada desconhecida, achar o nosso melhor jeito de ser mãe e, infelizmente, quem poderia ter empatia com a gente, ou seja, outras mulheres mães, nos apontam falhas, erros, nos diminuem. Pode ser uma unha por fazer, o cabelo desarrumado, os quilinhos a mais ou até o desfralde no tempo que consideram inapropriado, não importa. Por que não temos mais empatia umas pelas outras? Por que não toleramos mais os jeitos diferentes de ser mãe? Por que não nos alegramos com a alegria de uma mãe feliz com o filhote na praia mesmo que ela seja uma famosa? Por que nos cobramos por padrões de beleza cruéis que nos tiram o principal: a alegria de estar no momento presente, curtindo nosso bebê, sem neuras e culpas? Por quê???

Adorei a resposta da Aline. Que impere sempre a diversão sobre a chatice. Por que nossos filhos merecem mães alegres, felizes e realmente conectadas com eles nesses momentos de lazer. Afinal hora no salão a gente consegue depois, mas recuperar esses minutos de camaradagem é bem mais difícil.