A Estônia é um pequeno país do leste europeu que vem se tornando referência em educação. No último Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), os estonianos ficaram em terceiro lugar entre os 70 participantes de todos os continentes. O Brasil ficou na 63ª posição. Com essa colocação, a nação de apenas 1,3 milhões de habitantes - o mesmo que a cidade de Guarulhos, na grande São Paulo - abocanhou o título de melhor educação europeia.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades

Há muitas questões envolvidas na viabilidade de um programa educacional de sucesso como o estoniano. São tantas particularidades que fica até difícil de fazer comparações com o brasileiro. Ambos destinam 6% do PIB à educação, por exemplo. Mas na Estônia isso quer dizer um investimento de R$28 mil por aluno por ano, enquanto aqui a fatia do orçamento é dividida entre uma população continental e o que chega a cada estudante é R$6,6 mil anuais. 

Mesmo assim, é possível tentar aprender algo com a distante Estônia. A ministra da educação do país, Mailis Reps, explicou à BBC Brasil nessa entrevista que lá a educação é baseada em três pilares - e talvez eles sejam boa parte da explicação das conquistas das escolas por lá.

A educação é valorizada por toda a sociedade

Por isso, é uma prioridade tanto na hora de destinar investimentos para infraestrutura quanto para o pagamento de professores. Lá, o salário-base de um professor cresceu 80% nos últimos 10 anos e segue em ascensão. Hoje, é o equivalente a pouco mais de R$4.800, bem superior aos R$2.298 brasileiros. 

Há ampla autonomia de professores e escolas

O que as crianças devem aprender é definido por um plano nacional, mas a maneira de chegar aos resultados é de responsabilidade de cada professor e escola. Não é necessário, por exemplo, separar um horário para cada matéria e o mais importante não é a resposta certa na prova: é aprender a aprender. Desde que os estudantes saiam do colégio sabendo língua e literatura estonianas, primeira e segunda línguas estrangeiras, matemática, biologia, geografia, física, química, humanidades, história, civismo, música, arte, artesanato, tecnologia e educação física, está tudo certo. A liberdade na hora de criar metodologias adequadas à realidade específica de cada criança ou turma parece ser um grande acerto por lá. 

O acesso é universal e gratuito

Todas as crianças devem estar na escola e não precisam pagar por isso - e todas elas têm direito a aulas de reforço com professores particulares e acesso a psicólogos e psicopedagogos se necessário.