Ela desiste tão fácil. Ele nunca consegue terminar uma tarefa. Ela é muito desobediente… Você sabia que os rótulos que damos aos nossos filhos vão acompanhá-los para o resto da vida? Esse é o alerta da psicopedagoga argentina Lauta Gutman. E eu achei muito interessante os cuidados que ela propõe no modo como nos referirmos aos nossos pequenos. 

Coisas simples e rotineiras como: meu bebê é esperto, é inteligente, é preguiçoso, é terrível, guloso, agitado, caprichoso, chorão… Segundo Laura, a consciência se lembra daquilo que é nomeado. Portanto, aquilo que designou como característica pode marcar o jeito de nosso filho agir, embora ele esteja apenas respondendo a uma projeção e não atuando da forma como ele é de verdade.

Quando uma mãe se refere a um bebê que chora muito como terrível para justificar o comportamento dele, esquece que esse comportamento é um sintoma de algo que não vai bem. É o jeito de ele manifestar que algo está errado. Chamá-lo de terrível vai apenas firmar isso, para ele, como uma marca de sua personalidade, vai criar um padrão. A especialista retrata muito bem isso em seu livro O Poder do Discurso Materno, lembrando, ainda, que essa é uma situação que não se aplica apenas aos pais e cuidadores. Em qualquer conto ou história, sempre existe o bonzinho, o herói, o vilão. Esses roteiros mostram bem como os personagens acabam presos a papéis determinados por terceiros.

E você, o que anda dizendo do seu filho? Eu vou ficar bem alerta e redobrar ainda mais os cuidados.