Brinquedo é bom e todo mundo gosta. Mas a gente não pode se esquecer que a criatividade e a imaginação são os brinquedos naturais de toda criança - e os que mais contribuem para o seu desenvolvimento emocional. O pesquisador da cultura da infância Gandhy Piorski afirma ao site Catraquinha que, historicamente, as próprias crianças sempre criaram muitos brinquedos:

- Brinquedos nascidos de seus próprios corpos, de coisas da natureza, dos artefatos dos pais.

A reflexão segue indagando: será que uma criança precisa realmente de brinquedos para brincar?

Josca Baroukh, psicóloga e especialista em educação infantil, explica que todo objeto - inclusive um brinquedo pronto e industrializado - tem potencial brincante para a criança, isso não quer dizer que para brincar seja necessário o brinquedo. "Mais importante são o ambiente e os materiais oferecidos à criança. Que sejam desafiantes. Que despertem a sua curiosidade. Precisamos permitir que a criança explore o mundo", afirmou.

A exploração do mundo, e constante aprendizado e significação de seus elementos, emoções sensações e transformações dá forma a um dos grandes motores do desenvolvimento da criança. E ela disse ao mesmo site uma frase que leva qualquer pai e mãe a pensar sobre a qualidade dos brinquedos (e de experimentação) que estamos oferecendo aos nossos filhos: "Você empobrece a inteligência da criança quando ela não pode se experimentar". 

A questão é que quando oferecemos algo pronto para brincar, a criança deixa de transformar o que está à sua volta em brinquedo, desestimulando a criação livre, a fantasia e a imaginação. Para bebês de zero a três anos, por exemplo, a brincadeira está na descoberta do próprio corpo, e o mundo através dele. Pegar um objeto embaixo da pia é brincar. Colocar canudo na garrafa é brincar. Entre os dois e três anos, quando a fala se acentua, a criança passa a brincar de "faz de conta" - e pode transformar qualquer objeto em outra coisa.

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