"Cuidado, não suba na árvore, você pode cair", "Sai já dessa água para não escorregar", "Essa pedra é perigosa". Você ficou tenso só de ler essas palavras de ordem. Eu sim. Engraçado, inconscientemente, quando viramos mães, vivemos seguindo os passos dos nossos filhos tentando evitar riscos, tombos, machucados. Duas horas em um parquinho, praça ou mesmo no pátio de casa nos valem um cansaço extremo, dor muscular de tanta tensão, não é? 

Pois especialistas em educação e psicólogos deixam um recado: relaxe um pouco... Aventuras na natureza oferecem pequenos riscos que são fundamentais para o desenvolvimento dos pequenos. E mais: mesmo sem perceber como, os nossos filhos sabem como escolher os riscos de suas brincadeiras. E crescem com isso!

Pesquisas mostram que as crianças precisam se movimentar para que possam se desenvolver com saúde e em todo o seu potencial e nada melhor do que se relacionar com a natureza para explorar diferentes habilidades corporais, como pular, saltar, correr, não é mesmo? Não é mera coincidência o impulso que os pequenos têm para exercitar essas habilidades em relação ao caráter expansivo, exploratório, curioso e ativo que permeia a infância.

No episódio A criança que se sente capaz, produzido pelo Criança e Natureza, do Instituto Alana, Fabio Raimo, instrutor de atividades ao ar livre, explica o valor do risco para o desenvolvimento da criança e comenta como o brincar na natureza é a prática mais propícia para empoderar os pequenos ensinando-os a lidar com seus medos, conhecer seus limites e sentir-se capazes e confiantes para interagir em segurança com o ambiente, com as pessoas e com o mundo. Eu assisti e fiquei impressionada. Certamente as minhas idas à pracinha com a Donatella vão render um novo olhar nessa mágica exploração das crianças de seu corpo e suas possibilidades em meio à natureza.