O fim do preconceito contra as mulheres só vai acontecer quando educarmos nossas crianças para serem mais tolerantes, é o que defende a escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Eu concordo e recomendo o livro que ela acaba de lançar Para Educar Crianças Feministas – Um Manifesto. Já conhecida pelos romances “Hibisco Roxo” (2003), “Meio Sol Amarelo” (2006), “A Coisa à Volta do Teu Pescoço” (2009) e “Americanah” (2013), Chimamanda foi mais fortemente associada à militância pelo espaço das mulheres na sociedade depois do discurso “Sejamos Todos Feministas”, na conferência internacional TED, em 2013. Esse primeiro manifesto virou livro em 2015.

Agora, nessa mais recente obra, ela defende a ideia de que o fim do preconceito contra as mulheres só vai acontecer quando educarmos as novas gerações para serem mais tolerantes e igualitárias. E ela tem uma abordagem bem focada: “A teoria feminista é importante porque dá nome às coisas, mas meu foco é mais prático”, disse em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. A partir daí, Chimamanda propõe 15 perguntas e reflete sobre suas possíveis respostas. Mas nada com tom professoral não. Bem acessível e prático. Veja aqui algumas ideias das quais compartilho e assino embaixo: 

  1. Seja uma pessoa completa. A maternidade é uma dádiva maravilhosa, mas não seja definida apenas pela maternidade. Seja uma pessoa completa. Vai ser bom para sua filha.
  2. Ensine a sua filha que ‘papéis de gênero’ são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa ‘porque você é menina’. ‘Porque você é menina’ nunca é razão para nada. Jamais.
  3. Ensine o gosto pelos livros. A melhor maneira é pelo exemplo informal. Os livros vão ajudá-los a entender e a questionar o mundo, a se expressar, vão ajudar em tudo o que eles quiserem ser.
  4. Ensine sua filha a não se preocupar em agradar. A questão dela não é se fazer agradável, a questão é ser ela mesma.
  5. Ao ensinar sobre opressão, tenha o cuidado de não converter os oprimidos em santos. A santidade não é pré-requisito da dignidade. Pessoas que são más e desonestas continuam seres humanos e continuam a merecer dignidade.

Que maravilha de manifesto, não é?