Você sabia que o maior lugar com o maior número de pinturas rupestres do mundo fica no Brasil? Pois é isso mesmo. As descobertas feitas no local revolucionaram a maneira como o planeta entende e estuda o homem pré-histórico. Super bacana, não é? 

E você já pensou em visitar esse lugar incrível, no Piauí, que ainda tem uma vegetação linda e diferentes passeios que podem ser feitos inclusive com as crianças? Pode ser uma alternativa deliciosa para as próximas férias, entre uma praia e outra.

A gente esteve por lá e te conta um pouco sobre esse patrimônio histórico lindíssimo.

 

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O que você vai ver por lá?

Muita história em meio a paisagens inesquecíveis. 

  • São mais de 900 sítios com pinturas rupestres datadas de até 12 mil anos atrás
  • 31 espécies de mamíferos (entre eles o enorme tamanduá bandeira e a onça pintada)
  • Cerca de mil espécies de plantas. Tudo acessível a partir de trilhas percorridas de carro ou a pé por entre a natureza.

É na pacata São Raimundo Nonato, no sul do Piauí, que a aventura começa. 

A entrada mais próxima do Parque da Serra da Capivara fica a cerca de 20km da cidadezinha. Criado e aberto para visitação ainda na década de 1970, o lugar já foi alvo de muitas pesquisas nacionais e internacionais. 

Os vestígios mais antigos encontrados por lá indicam que o homem já vivia na América do Sul100 mil anos atrás, o que contrariou a Teoria de Clóvis, uma das mais aceitas no planeta, de que os nossos ancestrais teriam chegado por aqui há apenas pouco mais de 10 mil anos atrás. 

Há desenhos muito bem preservados em tocas de pedra que eram usadas como abrigo. 

A tinta da maioria dos desenhos, feita da mistura do óxido de ferro (naturalmente extraído das próprias rochas de lá) com gordura ou sangue animal e até com alguns óleos vegetais, tem um tom avermelhado profundo que resiste até hoje. 

Cenas de caça, rituais com dança e muitos animais estampam metros e mais metros de pedra - da base até o topo dos montes que formam uma linda chapada a mais de 100 metros do chão.

Para entender o tamanho do Parque (que tem 130 mil hectares e é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO) e ter uma boa noção de tudo que já foi encontrado lá, o Museu do Homem Americano é o lugar certo. Por isso, uma boa ideia é começar o passeio por lá. 

A visitação dura cerca de uma hora. Lá você encontrará desde artefatos feitos de pedra lascada até esqueletos humanos encontrados no Parque. Telas interativas possibilitam fazer um belo tour virtual, com direito a zoom para conferir os detalhes das pinturas e também navegar por imagens das paisagens dos sítios.

Para os mais radicais, há diversas opções de trilhas com diferentes dificuldades e distâncias a serem percorridas. 

Elas levam o visitante até os sítios mais altos e afastados e também até as vistas mais bonitas do Parque. A do Caldeirão dos Rodrigues começa com uma escadaria de vergalhões de ferro cravados do chão até uma altura de cerca de 40m. Depois, a caminhada é mais tranquila, mas se estende por cerca de 10km. A recompensa para quem aceita o desafio é esta abaixo.

Mas nem tudo é tão radical e cansativo. Tem trilhas para fazer com as crianças, sim.  

E quem prefere ficar mais perto do chão também tem a chance de conferir muitas pinturas e paisagens lindas dentro do Parque. O passeio pelo Desfiladeiro da Capivara (abaixo) é um exemplo de rota que pode ser feita através de trilhas acessíveis e mais curtas - ou até mesmo combinando apenas pequenos trechos de carro e caminhadas de poucos metros até os sîtios. 

A Pedra Furada, um dos cartões postais da Serra, também é acessível de carro. Os pequenos (e os grandes também!) ainda terão a chance de se surpreender com enormes fósseis de animais da megafauna que viveram na região e estão expostos no Centro de Visitantes.

No fim do dia, a pedida é o Baixão das Andorinhas.

Os pequenos pássaros saem das frestas das rochas onde vivem pela manhã em busca de comida. O que se assiste entre as 17h e as 18h é o retorno dos bichinhos para casa. O espetáculo fica todo por conta delas, que sobrevoam uma formação rochosa até que decidem voltar para seus ninhos em um mergulho ultra-rápido: elas chegam a atingir 100km/h. 

O barulho produzido pelas asas em tão alta velocidade lembra o dos aviões caça. O acesso é feito de carro.

Para programar a viagem, o melhor é entrar em contato diretamente com um dos guias cadastrados pelo Parque. Todos têm profundo conhecimento do local e podem indicar os melhores roteiros a partir da idade dos pequenos e do tipo de viagem que a turma pretende fazer. Os nomes, referências e contatos de todos eles estão neste link. 

E aí, partiu reservar uma semaninha para conhecer essa maravilha brasileira nas próximas férias?