“Eu entendo, Julia. As pessoas dizem que as mulheres podem ter tudo, mas isso é fácil de dizer. Se você está organizando um evento para 250 pessoas, provavelmente você está perdendo a hora do banho das crianças, sentindo que você sempre está decepcionando alguém. Eu também tenho filhos. Eu entendo.
Eu venho de uma família de mulheres muito fortes. Então… dá seus pulos e resolve tudo, tá?”. É assim que o chefe da personagem principal de Motherland dá o tom da série. Julia vive um retrato cômico e cru das dificuldades de lidar com a escola, com as mães (malvadas) das outras crianças, com o marido totalmente ausente, com a festinha de aniversário, o trabalho, as viroses, a falta de ter com quem deixar os filhos e muitas, mas muitas expectativas.
Com exagero na medida certa e a famosa ironia inglesa, a série da BBC retrata a vida de uma mãe de classe média fazendo tudo o que pode pelos filhos, por sua carreira e sua vida pessoal. Com ajudas às vezes não muito eficazes de amigos um pouco excêntricos - ou talvez só meio estranhos, mesmo -, Julia toca a vida fazendo malabarismos, tentando se encaixar, fazer tudo certo, dar conta de tudo sozinha e descolar uma carona para os coleguinhas dos filhos de vez em quando (na esperança - que nunca se realiza - de receber a gentileza de volta em algum momento).
São seis episódios (fora o piloto) de riso garantido até para quem não tem filhos e, com certeza, muita identificação para quem tem. Sejamos sinceros: quem nunca esteve estressado a ponto de querer jogar o telefone na parede que atire a primeira pedra. Indicamos Motherhood como uma série leve e divertida, que fará você refletir sobre a ideia de pedir ajuda para criar os filhos de vez em quando. Spoiler alert: tá tudo bem pedir socorro!