Os alemães têm fama de rígidos e, a julgar pela política que rege a frequência escolar das crianças por lá, a reputação tem um fundo de verdade.

A multa para os pais de quem porventura passa uns dias sem ir à escola pode chegar a 2.500 euros (cerca de R$ 12 mil). No país, a responsabilidade pela formação escolar das crianças não é considerada apenas dos pais. Ela é também do Estado, que se encarrega de punir quem não segue as regras.

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Esta matéria do G1 conta que, em maio, houve até operação policial para procurar cabuladores de aula em - pasme! - aeroportos. A ação repreendeu famílias tentando viajar alguns dias antes de um feriado, obrigando, assim, as crianças a faltarem aula. Cerca de 20 casos foram encontrados.
Houve quem recebeu advertência e quem recebeu multa, mas a lei também permite que a polícia leve as crianças de volta à escola. A tolerância é zero: faltas só são permitidas em casos de doença infecciosa, consulta médica inadiável ou morte de familiares.

Para tirar férias ou prolongar um fim de semana, algumas famílias apostam em estratégias não muito ortodoxas. A reportagem do G1 conta o caso de uma brasileira que, depois de tentar por quatro meses uma autorização do colégio (e não conseguir), apelou para um atestado médico falso para viajar ao Brasil com a filha. A pequena não via a família há cinco anos.
Foram três dias de falta: o suficiente para que a escola denunciasse o caso às autoridades locais. Para escapar da multa foi necessário apresentar as passagens e uma tradução juramentada do atestado médico brasileiro.  

Países como Austrália também vêm debatendo políticas mais duras para garantir que as crianças estejam na escola todos os dias, salvo em casos de doença infecciosa ou morte de familiar. Em 2016, na Tasmânia, ilha que pertence ao país, o governo local chegou a cogitar como penalidade cortar os auxílios governamentais das famílias que não mantivessem os 100% de presença dos filhos nas escolas, mas o movimento foi criticado por punir apenas a população de baixa renda.

No Brasil, famílias que recebem o Bolsa Família têm a obrigação de confirmar 85% de frequência escolar para alunos dos 6 aos 15 anos e 75% para os alunos entre 16 e 17.