A modelo Mara Martin entrou amamentando sua filha, Aria, na passarela da Sports Illustrated e, mais uma vez, o assunto da amamentação em público veio à tona. Em um desfile feito para celebrar diferentes corpos, a nova mamãe entrou e saiu aplaudidíssima. 

Para Mara, que escreveu sobre a ocasião em seu perfil no Instagram, foi um jeito de mostrar que mulheres são capazes de fazer tudo sempre, mesmo com bebês pequenos.

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Mas não demorou para os críticos aparecerem. Teve gente com a certeza de que ela estava em busca de atenção e mídia, teve quem reclamasse que amamentação em público é um absurdo ou constrangedor e teve quem dissesse que o ato era desnecessário. E aí Samantha, a melhor amiga de Mara, saiu em sua defesa (a tradução é do Primi Stili):

“Para os que estão fazendo comentários negativos: a Mara é a minha melhor amiga. Ela passou 12 horas durante os dias de casting para esse desfile DE SALTO ALTO segurando o seu bebê de 9kg nos braços. O pessoal adorou a bebê e sugeriu que Mara fizesse uma entrada com ela no colo. Quando chegou a hora de entrar na passarela, a bebê estava mamando. O editor sugeriu que ela fosse assim mesmo. Não foi planejado. Ela me mandou uma mensagem logo depois, pirando, pra me contar o que tinha acontecido. Não tem nada de errado. O bebê estava com fome. Fim de papo.”, escreveu entre os mais de 2.300 comentários da publicação.

Por que o assunto se torna "polêmico", se amamentar é natural, faz bem para o bebê e faz bem para a mãe? Assim como não há debate sobre um jeito certo de respirar não deveria haver motivo para um debate sobre a maneira mais natural de se alimentar uma criança. 

A Organização Mundial de Saúde defende que os pequenos devem fazer aleitamento materno exclusivo até os seis meses - e o Ministério da Saúde, aqui no Brasil, concorda. Há, ainda, consenso entre boa parte dos especialistas quanto à estratégia da livre demanda: o bebê deve mamar sempre que tiver vontade. 

E aí a única maneira de satisfazer o desejo dos críticos à amamentação em público seria existir uma legião de mamães fadadas a ficar em casa por meses. Ocultando esse período natural e riquíssimo para mãe e bebê. 

Ou, como propôs a dura campanha When Nature Calls, de 2015, transformar locais nada amigáveis ou higiênicos, como banheiros públicos, em lugar de amamentar - garantindo a "ocultação" do gesto.

Aqui, não há lei federal que disponha sobre amamentação em público, o que quer dizer que ela não pode ser considerada ilegal sob hipótese alguma em território brasileiro. 

Existem, inclusive, leis municipais e estaduais que punem estabelecimentos e pessoas que tentem impedir uma mãe de amamentar. Na cidade de São Paulo, por exemplo, a multa é de R$ 500.

Projetos como o Loove, de Portugal, se unem à tentativa de mostrar ao mundo que não há nada de errado e tudo de lindo no ato de amamentar: 

“Amamentar é muito mais que alimentar. São muitos verbos que aqui cabem. Na verdade, amamentar não devia ser um verbo, nem sequer um nome comum, como mama. Seria um nome coletivo para tudo aquilo que uma mãe transporta: mimo, proteção, cumplicidade, sustento. Amamentar é um sinônimo de amor”, eles escrevem em seu site, que publica ensaios e textos sensíveis sobre mamães matando a fome de seus filhos. 

Confira algumas das fotos abaixo.