Foi a ONG Save the Children quem criou esse mapa mundi bem estranho. É só bater o olho para ver que está faltando muita, mas muita coisa. Essa falta representa o tamanho do buraco que ainda há em legislações que protejam as crianças de castigos físicos dentro de suas casas ao redor do mundo.

Apenas 53 países têm leis que dispõem sobre castigos físicos por parte de pais e responsáveis. O primeiro país a criminalizar os castigos violentos foi a Suécia, ainda em 1979, mas iniciativas parecidas popularizaram-se apenas a partir dos anos 2000.

Assine nossa newsletter

E fique por dentro de todas as novidades

O Brasil foi o 34º a entrar na lista, só em 2014. A boa notícia aqui é que os últimos anos têm mostrado que este mapa está prestes a expandir-se muito: o número de países criando leis que proíbem castigos violentos está numa crescente animadora.

Veja no gráfico abaixo.

Por outro lado, mesmo proibindo castigos violentos, o Brasil ficou em primeiro lugar em uma pesquisa divulgada em abril deste ano sobre violência contra a criança e o adolescente na América Latina.
Feito pela Visão Mundial, o estudo considerou a percepção social sobre abuso físico e psicológico, trabalho infantil, casamento precoce, ameaça online e violência sexual em cada um dos 13 países do sul do continente.

Esta reportagem da Agência Brasil traz números do estudo: “No Brasil, 13% dos entrevistados enxergam que existe alto risco dessas práticas contra a criança no país. Em seguida, estão o México, com 11%, o Peru e a Bolívia, com 10%. As melhores percepções foram verificadas em Honduras e na Costa Rica, com 2%.

No recorte brasileiro, a pesquisa apontou que três em cada dez pessoas conhecem pessoalmente uma criança que sofreu violência. Além disso, 70% disseram sentir que a violência na infância tem aumentado nos últimos cinco anos e 83% concordam que essa violência pode ter impacto na vida adulta”.