Oito minutos para colocar na pauta dos pais um assunto muito importante e, de maneira lúdica, incluí-la no imaginário das crianças. O curta chamado Purl conta a história de um novelo de lã que vai trabalhar em um escritório de investimentos: um pano de fundo que se revela excelente para uma breve discussão sobre masculinidade tóxica (nunca ouviu falar? Entenda o que é no fim deste texto).
Em um ambiente totalmente masculino, a personagem que simboliza características geralmente tidas como femininas se vê excluída e ridicularizada. Um bom exemplo é a cena da reunião. Quando um problema com outro departamento surge, Purl tenta sugerir o diálogo e a colaboração: “Vamos chamá-los para que, juntos, a gente tricote uma solução!”, ela diz fazendo um trocadilho com a sua condição de novelo de lã. “Não! Nós temos que ser agressivos!” bradam os homens engravatados, aplaudindo uns aos outros.
Purl acaba se rendendo. Muda sua forma de falar, de agir e passa a ter um comportamento digno de machão. Pronto! Ela finalmente é aceita.
Até que outro novelo de lã é contratado pelo escritório e Purl tem como primeira reação repetir o que fizeram com ela: ridicularizar e excluir. Felizmente, logo ela percebe que está reproduzindo um comportamento que machuca e trata de incluir a nova amiga felpuda na turma.
Como resultado, o escritório recebe cada vez mais novelos - ou seja, inclui cada vez mais pontos de vista, ações e, principalmente, sentimentos no dia a dia. E é claro que assim todo mundo acaba mais feliz!
A masculinidade tóxica é definida, de maneira simplificada, como uma descrição opressora do que é ser menino e homem: a valorização da força e da agressividade (não traga desaforo para casa!), a repressão de sentimentos (homem não chora!), o status (homem que é homem sustenta a casa!) e sexualidade (com essa idade já é um garanhão!) são os pilares desse pensamento.