Ataques de birra, choro, gritos, manha e muita, muuuuita teimosia: esse é o pacote que muita gente vem construindo como a personalidade padrão de uma criança de dois anos. E, assim, essa fase fofa e cheia de descobertas para o bebê acabou batizada de terrible two - ou "terríveis dois", em português. 

A sentença de que essa será uma fase difícil, marcada por desentendimentos e stress para todo mundo, é um pouco injusta. E entender o processo pelo qual a criança está passando é fundamental para transformar os dois anos em mais uma fase mágica para as famílias.

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Nós vimos recentemente um artigo incrível da Dr. Tovah Klein, que é PhD e especialista em desenvolvimento psicológico infantil. Ela sustenta que os bebês dessa idade não têm nada de terríveis: eles estão apenas aprendendo a ser pessoas. 

"O bebê pode chorar, cuspir, fazer barulho e nos acordar no meio da noite até que tenha um anos e 10 meses. E aí, de repente, quando ele completa dois anos, nós temos um novo conjunto de regras para eles: queremos que se comportem, escutem, sigam as regras e 'sejam queridos.'"

EXPECTATIVA DOS PAIS 

E, para Klein, é nessa mudança de expectativa dos adultos que mora o maior problema dos terríveis dois: os pais esperam uma mudança que muitas vezes não é possível para uma criança que ainda não tem as ferramentas para entender o mundo e lidar com ele. 

"Nós nos preocupamos em restringir esse 'mau' comportamento agora para que eles não sejam assim no futuro", escreve Klein, que, além de ter vasta pesquisa sobre comportamento infantil, é mãe de três filhos

Esse sentimento, ela explica, é normal. A chave da questão está em entender por que os pequenos ficam impossíveis de vez em quando e qual é o nosso papel nessas situações.

O QUE FAZER PARA ATRAVESSAR ESSA FASE COM MAIS TRANQUILIDADE?

As crianças falam e fazem muita coisa que, do ponto de vista dos adultos, parece irracional - e deixa os pais até envergonhados. O que fazemos, então? Criticamos e corrigimos demais". Essa estratégia de sufocar a consequência (o mau comportamento) em vez de buscar a causa é que pode agravar as atitudes difíceis da criança

O que fazer, então? Em vez de simplesmente brigar e repreender, experimente:

1- Passar uma sensação de segurança e ordem para a criança que está descontrolada.

2- Escutar a criança em vez de apenas mandá-la fazer isso ou aquilo.

3- Dar liberdade para que a criança brinque do jeito dela.

4- Deixar que a criança tenha espaço para passar os seus pequenos perrengues. Deixe que ela fracasse e que lide com isso sozinha.

5- Tentar entender a individualidade dos seus filhos e o que cada um deles precisa em cada fase. Isso varia de uma criança para a outra.

6- Ser um bom provedor de orientação e limites quando necessário.