No fim de junho, um estudo conduzido pela Associação Americana de Psicologia foi publicado e trouxe de volta o famoso Teste do Marshmallow - aquele em que pesquisadores espiavam por detrás de um espelho falso quanto tempo uma criança resistia sozinha em uma sala com um doce muito gostoso sem comê-lo.
A promessa de dois doces caso esperasse 15 minutos era o combustível para dar uma turbinada na paciência dos pequenos, que tinham de 3 a 5 anos.
Isso foi feito nos anos 1960 e repetido nos anos 1980, e as crianças que participaram do experimento foram acompanhadas até a idade adulta na tentativa de encontrar padrões de sucesso profissional em suas carreiras.
Mas o que importa é que os autores do estudo publicado este ano repetiram o teste no início dos anos 2000. Primeiro, fizeram uma pesquisa online: perguntaram a 358 adultos quanto tempo eles achavam que as crianças de hoje aguentariam em comparação às crianças dos experimentos anteriores. O imediatismo previsto em uma geração que nasceu conhecendo a internet talvez tenha induzido o resultado: 72% acreditaram que as crianças esperariam menos tempo e 75% acreditaram que as crianças de hoje teriam menos autocontrole.
Acontece que eles estavam errados.
Os pimpolhos dos anos 2000 esperaram dois minutos a mais do que os seus avós na década de 1960 e um minuto a mais que os seus pais na década de 1980. A hipótese dos pesquisadores é a de que as crianças de hoje têm mais facilidade em lidar com pensamentos abstratos - como é a ideia de receber uma recompensa futura.
A vida escolar começando mais cedo e uma maior capacidade cognitiva vinda do contato diário com a tecnologia podem estar por trás dessa habilidade.