Trabalhar com o público infantil é um grande desafio para qualquer empresa. Conectadas, informadas, antenadas, as crianças participam ativamente das escolhas de consumo. Têm vontades. Têm voz. E nos surpreendem em seus desejos. Prova disso é o que aconteceu com a Gap recentemente. A partir de uma reclamação vinda de uma garotinha de apenas 5 anos, a empresa inteira se reposicionou. 

Alice Jacob, de 5 anos, escreveu uma carta para a Gap Kids pedindo que a loja considerasse vender uma variedade maior de roupas para as meninas. Segundo ela, as peças são todas "rosas e cheias de princesas". A mensagem chegou às mãos do CEO da empresa, Jeff Kirwan, que fez questão de responder para Alice. A resposta foi enviada por e-mail, reproduzido pelo The Washington Post:

“Olá Alice,
Eu li as cartas que você enviou e queria ser o único a te responder. Sou o Jeff e sou o presidente da Gap. Você parece uma garota muito legal e com muito estilo.

Na GapKids, tentamos sempre oferecer uma ampla gama de opções para meninas e meninos. Isto inclui uma seleção para meninas com dinossauros, tubarões, futebol e alguns super-heróis.

Nossa coleção mais recente da Disney inspirada em A Bela e a Fera também é sobre a força das meninas. Isso é algo muito importante para nós.

Mas você está certa! Eu acho que podemos fazer um trabalho melhor oferecendo ainda mais opções. Eu conversei com nossos designers e vamos trabalhar em coisas ainda mais divertidas que eu acho que você vai gostar.

Entretanto, vou lhe enviar algumas de nossas camisetas da coleção mais recente. Por favor, nos dê sua opinião sobre elas! Os comentários de nossos clientes são muito importantes para nós e eles nos ajudam a criar produtos ainda melhores.

Obrigado novamente,
Jeff”

Eu, que transito no mundo dos negócios, vejo na mensagem do CEO da Gap lições que servem para muitos executivos de empresas: ouvir as mensagens dos clientes, inclusive daqueles que são crianças e representam o que está por vir, sem preconceitos, sem padrões. Em tempos de demanda genuína por uma moda sem distinção de gênero, ver Alice - e sua personalidade vibrante e decidida - influenciando uma indústria, por exemplo, é um bom presságio e simplesmente inspirador.