Yvette chegou na sala e pegou os filhos Theo e Uriah, de 4 e 5 anos, em um debate: a gente é marrom ou preto? Cada um defendia uma ideia. Ao perceberem a mãe, buscaram nela a solução do impasse. 

E agora? Alerta reunião de pais!

O casal Yvette e Glen Henry trocou uma ideia sobre como explicar raça, pele, melanina, diferenças e também um pouco sobre preconceito aos pequenos. 

Foi assim que surgiu o vídeo “Por que eu sou preto? A pergunta mais difícil de responder”, que já tem quase 150 mil visualizações no canal Beleaf in Fatherhood, no Youtube.

Glen, o pai das crianças que aparecem no vídeo, é quem fica em casa cuidando dos três filhos enquanto a mulher trabalha. Além de lutar contra o estigma do paizinho, o rapper percebeu que ser pai de crianças negras em um mundo ainda tão racista exige discussões que não são comuns a pais de crianças não negras. 

Foi quando, há mais ou menos dois anos, ele teve a ideia de começar um canal no Youtube para dividir a sua experiência, suas dificuldades, peculiaridades e alegrias ao criar os filhos.

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Iniciativas como a de Glen se mostram fundamentais em tempos como os de hoje, em que abrimos os jornais e vemos casos como o da menina Bella, que teve os cabelos crespos alisados e cortados à força pela madrasta.

Negritude, beleza negra, as diferenças que a melanina pode fazer na cor da pele das pessoas - e como essa diferença não vai além do tom da pele -, história africana, história brasileira, escravidão, preconceito, racismo: todos têm de ser assunto de criança também. E de todas as crianças, não apenas as negras. 

Claro que esses não são assuntos fáceis, exigem muito dos educadores, dos cuidadores e das próprias crianças, mas são necessários para que violências como a que aconteceu com Bella (e tantas outras) parem de acontecer.

O canal de Glen prova que é possível conversar sobre esses assuntos com crianças tão pequenas quanto Theo e Uriah, e as conclusões a que os pequenos chegam ao fim de cada vídeo são confirmação de que eles entendem, sim. Eles aprendem, reconhecem a si e aos outros no mundo e acabam se tornando multiplicadores de discursos empoderadores, inclusivos e muito potentes contra o preconceito.

Crédito da foto: @beleafmel