O que polvos feitos de lã colorida com tentáculos em espiral têm a ver com bebês prematuros? Tudo! Na Dinamarca, um grupo chamado Spruttegruppen descobriu que os tentáculos do que parece ser um simples brinquedo acabam acalmando recém-nascidos antes do tempo por se assemelharem ao cordão umbilical e ao ambiente em que viviam dentro do útero. A partir da descoberta, o grupo criou o Octo Project, Projeto Polvo, em livre tradução, e passou a distribuir os polvos de lã em hospitais. E o mais bacana é que a iniciativa já chegou ao Brasil. 

“Vimos que essas fotos começaram a viralizar no início deste ano e resolvemos encabeçar isso no Brasil, porque tem se mostrado benéfico para os bebês. Segurar algo que se assemelha ao cordão umbilical parece acalmar os prematuros: ajuda a estabilizar os batimentos cardíacos, a respiração. E é uma coisa muito simples de se fazer”, conta Denise Leão Suguitani, diretora da ONG Prematuridade (Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos e Cuidadores de Bebês Prematuros).

A ONG, que luta pelo bem-estar dos bebês nascidos prematuramente, criou a versão brasileira do projeto, batizada de "Um Polvo de Amor". 

Por ficar em contato direto com bebês que inspiram mais cuidados, alguns médicos não veem a novidade com bons olhos por medo de serem incubadores de bactérias. Mas Denise espera poder rebater as críticas com dados científicos. "Várias pessoas criticam, dizendo que podem trazer infecção, e ainda não há nenhum estudo científico. Estamos recomendando aos hospitais que já estão ou que querem entrar no projeto que comecem a documentar todo o passo a passo da intervenção, para a gente poder ter embasamento, fazer algo baseado em evidências".

Desde o projeto original, a ideia é que os polvinhos não sejam comercializados, mas sim feitos e distribuídos de forma voluntária. Um amor!