A capacidade de compreender sentimentos é um aprendizado. Ninguém nasce emocionalmente desenvolvido. A construção começa desde os primeiros anos e, embora os conceitos de alegria e tristeza fiquem bem claros muito cedo, há outras emoções mais complexas que acompanham todo e qualquer ser humano por toda a vida. A habilidade de ser empático, ou seja, compreender os sentimentos dos outros mesmo que eles sejam diferentes dos nossos, passa por entender, exercitar e conversar sobre sentimentos. Confira quatro dicas simples e eficazes na hora de ensinar empatia para as crianças.
Dê nome aos bois: ensine as emoções assim como quem ensina as cores ou as formas.
O primeiro passo para entender os sentimentos é ter vocabulário para referir-se a cada um deles. Triste, feliz e bravo não dão conta do recado. Saber o que é e como é sentir frustração, angústia ou tranquilidade fará com que o pequeno consiga reconhecer esses sentimentos nos outros também.
Use a televisão e os livros a seu favor.
Na hora de exercitar o diagnóstico de emoções, os personagens fictícios são grandes aliados. Enquanto conta uma historinha antes de dormir ou assiste a um desenho, que tal propor questionamentos sobre as emoções de quem está envolvido na história? “Como você acha que o Nemo está se sentindo agora?” ou “o que você acha que a Peppa Pig sentiu com essa conversa?” já podem suscitar discussões valiosas e grandes aprendizados.
Seja um bom exemplo e encoraje sentimentos empáticos.
Os pais e os cuidadores são os principais exemplos a serem copiados. Quando os pequenos enxergam os adultos demonstrando empatia no dia a dia, tendem a entendê-la como algo que faz parte da vida e praticá-la. Chamar a atenção das crianças para o sentimento dos outros e criar diálogos a partir deles também é fundamental: “Você percebeu que a mamãe ficou angustiada hoje pela manhã quando o táxi que a levaria ao aeroporto não chegou no horário combinado? Por que você acha que isso aconteceu?”. Também é bacana prestar atenção no comportamento das crianças e reconhecer verbalmente situações em que eles demonstram empatia.
O que nós temos em comum?
Ser empático passa por tentar colocar-se no lugar do outro, entender seus sentimentos, dores e alegrias. O jogo do “o que nós temos em comum?” pode ajudar. Qualquer um pode participar. Passeando pela rua, por exemplo, a provocação pode vir mais ou menos assim: O que você acha que você tem em comum com aquela moça que está sentada lendo um livro no banco da praça? E eu, o que você acha que tenho em comum com ela?