Consequências negativas, fazer esperar e punir apenas pioram o mau comportamento das crianças. Essa é a conclusão de um grupo de especialistas americanos que, no entanto, apontam uma outra abordagem - a qual, segundo eles, realmente funciona. A reportagem foi publicada pelo site da revista Mother Jones.  

Estudos psicológicos têm sugerido que, longe de resolver os problemas de comportamento das crianças, esses métodos disciplinares acabam sacrificando objetivos de longo prazo (comportamento do aluno melhorando para o bem) em prol de ganhos de curto prazo - paz momentânea na sala de aula. Ed Deci, psicólogo da Universidade de Rochester, por exemplo, descobriu que os professores que buscam controlar o comportamento dos alunos - em vez de ajudá-los a controlá-los - prejudicam os elementos essenciais à motivação: autonomia, senso de competência e capacidade de relacionar-se com os outros. Isso significa que eles têm mais dificuldade em aprender o autocontrole, uma habilidade essencial para o sucesso a longo prazo. 

O que os especialistas americanos se perguntam é: faz sentido impor os tratamentos mais severos para as crianças mais desafiadoras? E estamos tratando crianças cronicamente malcomportadas como se não quisessem se comportar, quando em muitos casos elas simplesmente não podem? Esse é o cerne de algumas pesquisas que querem revolucionar a forma como a disciplina é aplicada nas escolas primárias americanas.

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Segundo esse enfoques sobre disciplina infantil, você não puniria uma criança por gritar na sala de aula mais do que a puniria se tirasse zero em uma prova. Você conversaria com para descobrir as razões que a levaram a gritar. Depois, pensaria em estratégias alternativas para ela se expressar da próxima vez. O objetivo? Chegar à raiz do problema, em vez de apenas punir a forma inadequada que a criança escolheu para se comunicar. Um dos argumentos dessa linha da psicologia é claro: que benefício pode haver em punir uma criança que ainda não adquiriu as funções cerebrais necessárias para controlar seu comportamento?

Com certeza, um tema para refletirmos. Sempre.