Mães de filhos um pouco maiores, pré-adolescentes ou adolescentes, lidam diariamente com o "desafio" de tirá-los um pouco do celular. Hoje, eles preferem mandar mensagens de texto do que falar mesmo com um colega que esteja a passos de distância, não é mesmo? E passam horas consumindo conteúdos diversificados nos smartphones. Como lidar com esse hábito que, em princípio, parece que aliena os adolescentes do mundo? 

Pesquisa feita nos Estados Unidos pelo Google, em parceria com a empresa Ipsos, mostra que 71% dos adolescentes de 13 a 17 anos dedicam pelo menos três horas do dia a assistir vídeos no telefone. Isso é um absurdo? Se olharmos para trás, veremos que não é uma novidade - mas sim uma mudança de plataforma. Nas gerações anteriores, especialmente a nossa, de pais e mães entre 35 e 45 anos, a preocupação era com o tempo gasto em frente à TV. Quem lembra dos pais tentando regular o tempo que passávamos diante da televisão? Ou tentando limitar os longos minutos (às vezes horas) que ficávamos falando ao telefone com os amigos?

A mudança de plataforma não implica exatamente em uma mudança de comportamento - mas claro que a realidade, hoje, é bem diferente do que a de décadas passadas. A mesma pesquisa mostra que a metade dos adolescentes pesquisados admitiu gastar mais de três horas por dia em aplicativos de mensagens. As formas de comunicação e entretenimento mudaram, mas os adolescentes seguem precisando se comunicar entre eles (quase que o tempo todo) e consumindo conteúdo durante horas por dia. 

No lugar de assumir esses comportamentos como antissociais e brigar com eles, melhor é buscar o diálogo, compreender o tempo que eles precisam para ficar sós (mesmo que em contato com amigos pelo smartphone ou assistindo a vídeos) e regular as horas dedicadas aos dispositivos móveis. Incentivar a prática de esportes e estabelecer horários para estudos são algumas formas de controlar o excesso de tempo dedicado à telinha.