A gente sabe que não faz bem e tenta reduzir, mas nem sempre é possível resistir à tentação. O celular na mão, o tablet com joguinhos, a televisão para ver um filme antes de dormir: nós passamos muito tempo olhando para telas.

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Já existem pesquisas que ligam o uso da tecnologia a uma perda significativa na qualidade da relação entre pais e filhos - e também a um desempenho ruim na escola.
Mas o que será que a tecnologia em excesso faz com os corpos dos pequenos?

Afeta conexões cerebrais
Um estudo feito no Centro de Descobertas em Leitura e Literatura do Hospital Infantil de Cincinnati (EUA) conduziu ressonâncias magnéticas em crianças de 8 a 12 anos para comparar as conexões cerebrais relacionadas ao tempo em frente às telas e ao tempo dedicado à leitura de livros. Os resultados apontam que o tempo de exposição à tecnologia está ligado a conexões cerebrais mais fracas nas áreas que controlam a linguagem e a cognição.

Altera a química cerebral
Na Coreia do Sul, jovens de 15 anos foram submetidos a um teste capaz de medir níveis de vício em tecnologia. Quanto maior o vício, maiores os desequilíbrios nos circuitos de recompensa do cérebro.
A notícia boa aqui é que parte do teste era checar se a terapia comportamental poderia ser uma aliada na hora de combater esse problema - e a resposta foi sim. Os adolescentes que passaram por um programa de 9 semanas de tratamento focado no vício em tecnologia conseguiram reverter o cenário e reequilibrar a química cerebral.

Gera depressão
Jean Twange é autora de vários estudos que tentam encontrar ligações entre tecnologia e alterações comportamentais. O último esforço da pesquisadora encontrou números alarmantes: 48% das crianças e adolescentes que passam 5 ou mais horas por dia engajados em atividades como mídias sociais e jogos online já pensaram em suicídio. No grupo que passa uma hora por dia conectado aos telefones o número foi bem menor: 28%. Os resultados corroboram as teorias que veem em atividades sociais (reais!) uma das maiores ferramentas contra depressão.

Se você está se perguntando quanto tempo na frente das telas é tempo demais, veja algumas indicações:
Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), para crianças entre dois e cinco anos, o limite recomendado é de uma hora diária. Já as de seis anos não devem ter contato com jogos violentos e, até os dez anos, nenhuma criança deve ter televisão ou computador nos próprios quartos para evitar a vulnerabilidade.

Para a Academia Americana de Pediatria, o tempo diário de exposição a telinhas é zero para crianças de 0 a 18 meses; de 2 a 5 anos, tempo limitado a uma hora por dia, com programação de qualidade e apropriada; e quantidade de tempo determinável pelos pais, para as de 6 anos ou mais.