Sabe aquelas pessoas inspiradoras, que amam o que fazem e deixam um rastro de transformações por onde passam? Naraiana Nunes de Liz Freitas é uma delas. A professora e pedagoga de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, virou sinônimo de encantamento. Tudo porque é só ela chegar a algum lugar que, pouco depois, uma roda de crianças pequenas se forma em sua volta, e a atenção é uma só: suas histórias, contadas detalhadamente, com magia, aventuras e muita superação.

"Tanto na sala de aula quanto no hospital passei a perceber que a verdadeira inovação está na paixão, de querer ver o outro feliz. A história tem o poder de fazer com que as crianças nunca deixem de sonhar, imaginar e acreditar. Através delas podemos sim diagnosticar sintomas de humor e transformá-los em alegria. Contar histórias é poder sorrir, gargalhar com as situações vividas pelas personagens e, através delas, descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de viver, de agir e de ser", conta Nana, como é carinhosamente chamada, referindo-se ao trabalho voluntário como contadora de histórias no Hospital Santo Antônio, por meio da ONG Associação Viva e Deixe Viver.

A vocação para contar histórias surgiu muito cedo, na infância, por influência do avô, que transformava a neta em personagem de suas tramas cheias de aventura.

"Cada dia que perguntava para meu avô o significado do meu nome, ele contava uma história diferente. A cada história, eu viajava em um mundo mágico: virava bruxa, feiticeira, fada, astronauta", lembra.

Não demorou muito para Nana dar corpo à vocação precoce na profissão de pedagoga e professora:

"Fiz pedagogia por acreditar que aprender poderia ser divertido. Percebia que ser professor era diferente de estar professor, pois ser professor é dar prazer, é ser livre para mudar a sala de aula, fazer com que nossos alunos sejam livres para aprender, é fazer com que minha palavra crie poder".

Em meio a tantas histórias, Nana e o marido, pais de Antônio, 1 ano e cinco meses, já criado em meio aos livros, sentiram necessidade de viajar para conhecer outras culturas e colecionar personagens e tramas. 

"Cada viagem era uma história diferente, com as histórias que eu contava, fazia com que as crianças fossem verdadeiras em seus gestos e ações. Elas percebiam que não precisavam se preocupar com o ridículo ou com o 'fazer feio', pois a professora falava de vida, de fato, de história, de momentos únicos", diz, lembrando do encantamento das crianças com a narrativa de nadar com golfinhos.

É bonito de ver como as crianças ficam marcadas com suas histórias. 

Quem aí tem alguma dúvida de que serão adultos que saberão brincar, sorrir, amar e, principalmente, ouvir? Eu amei!