Esportes radicais e crianças, essa dupla combina?
Dificilmente essas atividades são as primeiras que vêm à cabeça quando se pensa em um passatempo para crianças. Skate? Ok. Bicicross? Nem todo mundo arrisca. E kitesurf? No entanto, muitas famÃlias gostam de um estilo mais livre e de estar em contato total com a natureza - com muito cuidado e equipamento adequado.
E se a gente te contar que a espanhola Gisela Pulido foi campeã mundial de kitesurf com apenas 10 anos? Ou que a instrutora Vanessa Chastinet (foto abaixo) começou a levar a filha, Sofia, para velejar com ela pelas águas cearenses quando ela só tinha quatro aninhos?
É possÃvel.
Com bons instrutores e equipamentos adequados, kitesurf pode ser atividade de criança. E, como todo esporte radical, ele tem especificidades e precisa de cuidado e atenção.
O mais importante é procurar uma boa escola. Isso porque os equipamentos fazem toda a diferença - e porque boas escolas sempre contam com bons professores.
Ano após ano, as marcas especializadas lançam equipamentos mais modernos e seguros. Por isso, quanto mais novos forem os da escola, mais tecnologia em segurança terão. Além disso, para fazer tudo direitinho, é preciso ter diversos tipos e tamanhos de equipamento. Muitos, mesmo.
Instrutor de kitesurf há 10 anos, Márcio Albuquerque explica:
- O curso de uma criança e o de um adulto são iguais. As aulas começam na terra e depois vão para a água, e são necessárias dez horas para o curso básico.
A diferença mora principalmente no tamanho dos kites, que é como os mais Ãntimos chamam as enormes e coloridas pipas que carregam os velejadores para lá e para cá.
- Para um mesmo vento, uma criança utiliza uma pipa de sete a oito metros quadrados enquanto um adulto utiliza uma de doze - avalia o professor.
Quanto maior a pipa, mais pressão do vento é exercida sobre ela. Ter diversos tamanhos de pipas disponÃveis e saber quais delas usar em quais situações é uma das premissas da prática segura.
Quem aqui se lembra da sequência de kitesurf do curta de animação No Mundo da Lua (2015, Capture the Flag)?
Conheça o equipamento adequado
O equipamento completo é composto de quatro partes:
- Prancha
- Trapézio
- Barra
- Kite
Há diversos tipos de prancha, mas todas elas têm alças onde se prendem os pés. O trapézio é um cinturão reforçado que apoia a coluna e tem um gancho frontal onde é fixada a barra, que, com suas longas linhas, é quem comanda o kite lá no céu.
Não há idade mÃnima. No kitesurf, o que conta é o peso do atleta.
Márcio garante que a partir dos 40kg já é possÃvel praticar:
- Já dei aula para crianças de sete, oito anos. Meninos e meninas. Mas tem que ter o equipamento certo para dar aula para eles.
O instrutor explica que o risco é o mesmo para adultos e crianças:
- Quedas são comuns, mas a gente utiliza capacete, coletes salva-vidas e coletes de impacto para proteger. Também é preciso um dia de vento ameno para dar aula para crianças numa boa.
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E aÃ, ficou com vontade de tentar?
Então confira mais algumas dicas do especialista para saber por onde começar:
Procure escolas em lugares que tenham águas rasas e calmas. Não arrisque ir para mar aberto.
Kitesurf é um esporte que ninguém faz sozinho. Não tente, de jeito nenhum, aprender sem um instrutor. Nem os mais experientes velejadores entram na água sem o auxÃlio e o acompanhamento de pelo menos um colega.
Prepare o espÃrito para eventuais fracassos. No inÃcio os comandos e os movimentos são pouco intuitivos. Por outro lado, a evolução é rápida e logo nas primeiras horas já é possÃvel conseguir resultados animadores.
Fique colado nos pequenos o tempo todo. O acompanhamento e o incentivo são essenciais.