Eu fui mãe aos 37 anos. Antes, era atriz, produtora de eventos e levava uma vida “normal”. Aí veio a maternidade e trouxe uma reviravolta tremenda. Como a gente muda!  Me tornei educadora parental e ganhei um grande presente: meu filho, Matias.

 Sempre pensei muito em como eu poderia dar uma boa educação para ele. Ainda grávida, “dei um Google” – sim, foi isso mesmo – e descobri um mundo de infinitas possibilidades. A quantidade de blogs, pesquisas, cursos, mentorias, workshops e livros sobre como criar filhos de forma respeitosa é imensa... Confesso que no começo dá preguiça, a gente se sente perdida e tem vontade de largar tudo. Te garanto: dá trabalho, mas a longo prazo vale a pena.

Certa vez eu ouvi uma frase que me marcou muito: ‘Você quer criar um marceneiro ou um jardineiro?’. Essa metáfora foi muito forte para mim, porque me fez entender como os nossos filhos hoje podem ser criados. O marceneiro pega o projeto, olha as medidas e monta a melhor cadeira que você pode ter. Mas ela vai ficar lá, parada, embelezando o ambiente e tomando pó. Já o jardineiro, prepara a terra e espera a semente crescer com toda a paciência do mundo. Escolhe um bom lugar para plantar e depois vai acompanhando o crescimento com muito cuidado e amor.

"Não é sobre seguir uma apostila, mas sobre entender que seu comportamento, como mãe e pai, diz muito sobre como vai ser o comportamento do seu filho" (Foto: Getty Images)

Eu preferi a segunda opção e, nessa hora, descobri que precisaria estudar muito antes de me tornar mãe e antes do meu marido virar pai. Sempre conto essa história, porque é nisso que acredito: o “novo normal” é estudar para entender e ajudar essa nova geração que está vindo aí.

Quem nunca viu uma criança chorando sem parar no corredor do supermercado? Ou, então, sendo mal educada com os adultos? Eu mesma já julguei muito esse tipo de situação. Mas, depois que fui estudar sobre o assunto, entendi esse tipo de comportamento dizia mais sobre os pais do que sobre as crianças.

Minha mãe sempre foi muito carinhosa, mas meus irmãos e eu apanhávamos quando éramos pequenos. Honro o que meus pais puderam fazer por mim, mas seria um grande erro se eu repetisse os mesmos padrões. E foi justamente não querendo repeti-los que eu me fiz a pergunta: ‘Como fazer diferente?’.

Encontrei a resposta nos estudos. Fui entender mais sobre disciplina positiva, criação com apego, inteligência emocional, desenvolvimento infantil... Foi um mergulho de possibilidades e um caminho intenso. Tanto é que me tornei educadora parental e hoje compartilho tudo o que aprendi no perfil @maeatual_

Pratico tudo isso com o Matias diariamente e te garanto: não é sobre seguir uma apostila, mas sobre entender que seu comportamento, como mãe e pai, diz muito sobre como vai ser o comportamento do seu filho.

Como mãe e educadora parental, eu gostaria de formar um homem que saiba lidar com suas perdas e frustrações, que seja participativo, que chore, que abrace e que saiba que ser feliz é algo que todos nós merecemos. Agora, eu te faço um convite a pensar: que homem ou mulher você gostaria de criar?

Magda Figueiredo e seu filho, Matias (Foto: Redação Pais&Filhos)

Magda Figueiredo é atriz, educadora parental, mãe do Matias e compartilha suas experiências no perfil @maeatual_


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