Existem histórias incríveis por todo lugar, mas o britânico Leon Wenham afirma que a vida dele é tão rara que o faz se sentir como um unicórnio. Ele é negro, gay e pai adotivo de um menino que cria sozinho. 

Depois de 20 anos querendo adotar uma criança, no ano passado, o pai realizou o próprio desejo. "O que temos é uma linda conexão. Não é algo não convencional, ele está feliz, eu estou feliz", disse Leon ao jornal Daily Mail.

Ele comenta também sobre a raridade da própria história e revela como isso o levou a criar um projeto importante. "Como um pai solteiro, negro, gay e adotivo, isso é tão raro que quase me sinto como um unicórnio às vezes e todos ficam super interessados em saber mais", contou.

Esse conjunto de características de Leon e a percepção de que ainda há pouquíssima representatividade fizeram com que ele decidisse escrever um livro infantil. A ideia é que o filho dele possa crescer e se sentir representado na obra do pai.

O projeto intitulado "You, Me and Lots and Lots of Love" ("Você, eu e muito, muito amor", em tradução livre) tem a intenção de encorajar pessoas solteiras e/ou da comunidade LGBTQ+ a adotarem crianças, além de incentivar o aprendizado sobre adoção e diversidade desde cedo.


O livro de Leon falará sobre diversidade e adoção (Reprodução/Daily Mail)

Leon afirma que o filho tem amigos diversos, mas isso não aparece nos livros. "Na escola as crianças tem amigos diferentes e é assim que é a sociedade. Por que não existem mais livros que refletem isso?", questionou. 

Ele conta que ao conversar com a mãe de um colega do filho, ela se sentiu envergonhada ao revelar que não possuia uma estante de leitura diversa. "Esse é um exemplo dos motivos de eu fazer esse livro, é para normalizar a diversidade na infância", continua o britânico. Ele diz que esse é o objetivo número um.

Já a intenção que vem em segundo lugar é falar sobre adoção. "O meu número dois é explicar adoção para crianças de um jeito encorajador e que as incentive a compartilhar emoções e reconheça o que crianças e adultos sentem durante o processo", completa.


Por Giulia Freitas, filha de Eliane e Paulo

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