A designer gráfica Tatiane Santos de Oliveira fez um livro em que a filha Maria Luiza, de sete anos, é a heroína da história. O objetivo da mãe foi fazer com que a menina, que tem vitiligo, lide melhor com a doença que ainda não tem cura. 

Ela é moradora de Peruíbe, no litoral de São Paulo, e explicou que a filha descobriu o vitiligo quando tinha três anos, após depois ter ficado grávida do segundo filho.

A designer contou ao G1 que pensou em diversas maneiras o assunto mais leve dentro de casa. "A gente contornava as manchinhas com canetinhas, descobrindo formatos divertidos", relatou. "Meu papel como mãe era deixá-la confortável e forte com a situação. Conforme ela foi crescendo, ela começou a gostar muito de livros. Fui procurar algum que tivesse um personagem com vitiligo e, na minha pesquisa, não achei nada", falou.


Atualmente Maria Luiza lida superbem com a doença (Foto: reprodução/ G1/ Bia Bastos)

Com o trabalho a mãe relatou que teve a ideia de fazer um livro para a filha: "A Menina Feita de Nuvens". Ela fez o texto, as ilustrações e o projeto. Na publicação, Maria Luiza é uma heroína que tem um segredo e um poder especial. "Mostrei o livro para alguns amigos, que gostaram muito e me incentivaram a procurar uma editora", explica. "A ideia ficou um ano parada, quando a Editora Estrela resolveu publicar. Então, posso dizer que isso tudo foi um acidente", contou.

O resultado foi melhor do que o esperado. O livro acabou entrando na Bienal do Livro de São Paulo de 2018 e Tatiane disse que recebeu muitas mensagens pelas redes sociais, de muitos pais que passam pela mesma situação. 

"É um retorno maravilhoso. A Maria Luiza gosta muito do livro, ela ama as manchinhas dela e lida muito bem com isso. Até meu filho mais novo faz manchinhas na perna dele. Ele mudou o olhar". A mãe ainda relatou que os amigos da  filha, que leram o livro, ficaram olhando o corpo para ver se tinham manchas também. "A própria criança quer levar o livro para a escola e mostrar que ela é especial", explicou.

Tatiane tenta fazer o possível para o livro chegar às escolas. "Visito algumas escolas para fazer a leitura do livro por minha conta mesmo e acabo deixando um livro na biblioteca para despertar o interesse para o assunto. A maioria das pessoas desconhecem essa doença, ainda existe muito preconceito, algumas pessoas acham que é contagioso", finalizou.


Por: Gabriela Bertoline, filha de Maria José e Marcel

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