Uma das primeiras palavras que a criança aprende o significado é “não”. Parece banal, mas diz muito sobre o objetivo dela: estabelecer limites. Embora pareça dura, é um ato de amor e cuidado.

A partir da negativa, as crianças aprendem grandes lições. Mas é fundamental ressaltar: não basta falar “não”, é necessário que o pequeno entenda os motivos de estar escutando isso. 

Essa iniciativa será útil não apenas naquele momento, mas para a vida. Uma vez que seu filho entende o porquê não deve repetir aquela atitude, diminuem as chances de repeti-la no futuro. 

Isso exige paciência e atenção. Mostrar que aquilo pode magoar outras pessoas, que pode deixar alguém triste. Dizer a verdade é sempre o melhor caminho e a identificação costuma funcionar. 

Também é importante que ele saiba até onde pode ir. Ele irá se frustrar muito ao longo da vida e escutar vários “nãos”. Por isso, é interessante que ele escute os primeiros dentro de casa. 

Vários estudos já provaram que agressividade não tem resultado com as crianças. Gritar e dar o castigo apenas não irá educar. Converse. Mantenha a voz firme, mas sem aumentar o tom. Olhar nos olhos também é importante. 

A partir desse diálogo, a criança poderá entender melhor o que você tem a dizer e você poderá entender melhor o que a motivou a fazer aquilo. Às vezes, é mais simples do que parece e a birra é a forma dele dizer que está passando por algum problema

Mostre interesse em ajudar. Uma dica interessante também se está todo mundo nervoso na hora é esperar o clima acalmar e depois sentar para conversar. Pode doer ter que ver seu filho chorando ou bravo com você, mas você está o preparando para a vida adulta.  


Escolha as suas batalhas

Dizer “não” é importante e explicar o porquê também, mas é fundamental que ele seja seletivo. Se você disser não para tudo, a criança não entenderá o peso da ação e não levará a sério quando pedir. Para isso, defina as prioridades

Outro ponto fundamental para trazer credibilidade é se manter firme. Se você falou “não”, mantenha o posicionamento (claro, a não ser que tenha percebido um certo exagero) e não desautorize outro adulto frente à criança. 

Não use critérios diferentes. Quando você definir quais atitudes não tolera, deve sempre repudiá-la quando acontecer. Isso facilitará o entendimento e da criança e que ela cumpra o combinado. 

Nesse sentido, é importante fazer aquele combinado com a família. O “não” dos pais não pode ser o “sim” dos avós, tios, padrinhos… O limite deve ser dado em todos os ambientes para que vire um hábito da criança. 


Nem todo “não” é negativo

Em algumas situações, o “não” pode ser seguido de uma “e se…”. Dar outras alternativas vai deixar os dois lados felizes e irá mostrar que você também se preocupa com as vontades e interesses dele. 

Mas apenas use essa opção, quando realmente a segunda opção for viável. Não dê falsas esperanças para ele. Além de não ser efetivo na educação, ajuda na quebra de confiança.  

Dizer “não” é prova de amor. É tão dolorido para você quanto para o pequeno, mas acredite, no futuro ele irá te agradecer. 


Por: Yulia Serra, filha de Suzimar e Leopoldo

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