Os pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Eindhoven (TU), na Holanda, vão realizar um protótipo funcional de um útero artificial. A invenção pode aumentar consideravelmente as chances dos bebês prematuros sobreviverem. 

Ano passado, essa ideia foi apresentada pela primeira vez durante a Dutch Design Week. Os professores Frans van de Vosse, Loe Feijs e Guid Oei, da Universidade de Tecnologia de Eindhoven (TU), são responsáveis pelo protótipo.

De acordo com o ginecologista Guid Oei, o útero artificial substitui a incubadora e a respiração artificial de uma forma mais natural. Ele tenta adequar o máximo possível com as condições naturais de um útero real.

“O objetivo é ajudar crianças nascidas extremamente prematuras durante o período crítico de 24 a 28 semanas com um útero artificial. As chances de sobrevivência desses bebês são baixas. Cerca de metade morre em 24 semanas de gravidez”, falou Oei ao jornal Volkskrant.

Os bebês que sobrevivem ao nascimento prematuro podem desenvolvem diversos problemas ao longo da vida com condições crônicas, como danos cerebrais, função pulmonar comprometida ou problemas na retina que podem resultar em cegueira.

“Com cada dia prolongado de que um feto de 24 semanas e ele se desenvolvendo em um útero artificial, a chance de sobrevivência aumenta. Se pudermos estender o crescimento fetal dessas crianças no útero artificial para 28 semanas, o risco de morte prematura pode ser reduzido para 15%”, falou Oei.

“O ambiente em que o bebê prematuro é tratado, como o útero natural, é baseado em fluidos. Portanto, não há ventilação com oxigênio através dos pulmões. A troca de oxigênio e nutrientes percorre o cordão umbilical, com a ajuda de uma placenta artificial. O sistema que garante isso monitora continuamente a condição do bebê. Considera os batimentos cardíacos e o suprimento de oxigênio, mas também a atividade cerebral e muscular. Modelos avançados de computador que simulam a condição do bebê ajudam o médico a decidir rapidamente sobre as configurações do útero artificial”, explicou Frans de Vosse.


Por: Gabriela Bertoline, filha de Maria José e Marcel

Leia também:

Esta pesquisa diz que celular antes de dormir não faz mal

Pesquisa indica com qual idade as crianças usam mais aplicativos de celular

Pesquisador defende mais imaginação e menos produtos na vida das crianças